sábado, 17 de julho de 2010

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quarta-feira, 14 de julho de 2010

O SEGREDO DA PROSPERIDADE DOS JUDEUS

Esse artigo é uma lição sobre a cultura dos Judeus.

Prof. Davi Domingues

Teologia judaica e teoria econômica





por Corinne Sauer

Publicado em 16 de agosto de 2007






Há poucas obras escritas por acadêmicos judeus ortodoxos sobre a relação entre socialismo, capitalismo e judaísmo. Uma leitura atenta na literatura relevante, entretanto, sugere que é possível postular cinco axiomas básicos da teoria econômica judaica dos quais muitas implicações de política econômica podem ser deduzidas. Apesar de não serem exaustivos, nossos cinco axiomas representam, o melhor de nosso saber, a primeira tentativa de formular uma lista parcimoniosa de princípios básicos que ajudem a sistematizar os fundamentos do que chamamos de teoria econômica judaica.



A PARTICIPAÇÃO NO PROCESSO CRIATIVO

O primeiro axioma da teoria econômica judaica que postulamos é: “o homem é criado à imagem de Deus”. No judaísmo, essa afirmação é interpretada significando que Deus é o Criador do mundo e que o homem é criador no mundo. Ao homem foi dada a essência divina para ser um parceiro de Deus no ato da criação (Talmud da Babilônia, Shabat 10a). A Midrash diz “Tudo o que foi criado durante os seis dias que Deus criou o mundo ainda requer trabalho” (Genesis Rabba 11:6). Deus deu ao homem um mundo incompleto, e o homem deve ajudá-lo a aperfeiçoar a criação por meio do domínio dos recursos materiais, do trabalho e da inovação.

Seguindo essas passagens [do Gênesis], a Midrash recorda a estória do Rabino Akiva, que pôs grãos e pão diante de um general e o perguntou o que ele preferia comer (Tanhuma Tazria 19). No judaísmo, o trabalho, a atividade criativa e a inovação são caminhos por onde a imagem divina é expressa.



PROTEÇÃO DA PROPRIEDADE PRIVADA

O segundo axioma da teoria econômica judaica é o de que os direitos da propriedade privada são essenciais e devem ser protegidos. Ao homem é dado o potencial para criar, mas os sábios judeus reconheceram claramente que o homem só iria dominar o mundo material, trabalhando e inovando caso possuísse a capacidade de se apropriar dos frutos do seu trabalho. Para motivar o homem a cumprir o mandamento de participar no ato da criação, a proteção certa e intransigente da propriedade privada era tida como essencial.

Notem que dois dos dez mandamentos se relacionam diretamente com a salvaguarda da propriedade privada; “Não roubarás” e “Não cobiçarás nada que pertença ao próximo”. A proibição contra o roubo inclui não só essa modalidade, mas também, várias formas de roubo por logro ou práticas comerciais não éticas, tais como o uso de falsas medidas numa transação. A segunda proibição vai além e proíbe os judeus de cobiçar as posses de outrem, mesmo se não houver uma aquisição de propriedade ilegal. A punição para a violação dos mandamentos é bastante dura, demonstrando a imensa importância da propriedade privada na tradição judaica. De fato, o dilúvio da época de Noé é entendido pelos rabinos como punição pelos pecados contra a propriedade privada.



A ACUMULAÇÃO DE RIQUEZAS

O terceiro axioma da teoria econômica judaica é o da acumulação de riqueza como virtude, e não como vício. O homem é obrigado a participar do processo criativo, não deve ser desmotivado pela proteção inadequada da propriedade privada, e é abençoado quando o resultado do trabalho honesto é a acumulação de riqueza.

O Talmud ensina: “Aquele que se beneficia de seu próprio trabalho é maior do que aquele que teme o paraíso” (Berachot 8a, Avot 4:1). Na Torá, os trabalhadores produtivos e virtuosos são repetidamente recompensados com grande riqueza. A Torá descreve com muitos detalhes a riqueza dos patriarcas, Abraão, Isaac e Jacó. A riqueza, acumulada honestamente, é sinal de grande esforço, habilidade e sucesso em parceria com Deus no processo criativo. O indivíduo rico é aquele é bem sucedido em elevar o mundo material e expressar a imagem divina.

Os sábios do Talmud recordam a recusa a experimentar se beneficiar do trabalho e a acumular riqueza como um comportamento perigoso que pode levar à loucura. Uma afirmação particularmente forte contra o ócio pode ser encontrada nos escritos de Maimonides. Ele alega que “Quem quer que tenha no coração que deva se entregar ao estudo da Torá e não trabalhar, e, ao invés, seja sustentado pela caridade, difama o nome do Senhor, avilta a Torá, extingue a luz da fé, causa mal a si mesmo e se retira do mundo que há de vir” (Mishnê Tora 8:13). A afirmativa de Maimonides é dirigida para os indivíduos que escolheram o aprendizado da religião ao trabalho. Considerando que o estudo da Tora é em si mesmo uma obrigação religiosa, podemos facilmente inferir quão fortes essas palavras soariam para alguém que escolha somente o lazer, seja ela rica ou pobre.

A capacidade louvável da acumulação de riqueza não significa, de modo algum, que o judaísmo não está interessado na causa dos pobres. A todos os indivíduos é ordenado ajudar os membros mais pobres da sociedade por intermédio de doações à caridade. No entanto, a obrigação de doar, chamada Tzedakah, é mais sutil do que isso e não deve ser confundida com a redistribuição de renda. A redistribuição de renda objetiva reduzir as desigualdades de renda porque as disparidades de renda são vistas como injustas e imorais – essa não é uma visão judaica.



CUIDAR DOS MAIS NECESSITADOS

O quarto axioma da teoria econômica judaica nos propõe a obrigação de cuidar dos mais necessitados por doações para a caridade. O estudo do pensamento econômico feito por Meir Tamari demonstra claramente que a preocupação compassiva pelos pobres é um poderoso tema judaico, como não foi para os gregos e romanos pré-cristãos. A Torá menciona o mandamento de fazer caridade (Tzedakah, literalmente significa justiça) e no Parashat Re’eh: “Não deves endurecer o coração ou fechar a mão para seu irmão necessitado” (Deut. 15:7–8). O papel do homem no mundo não é só trabalhar, criar, inovar, acumular riquezas e elevar o mundo material, mas também, cuidar dos mais necessitados. Como explica Maimonides no “Guia para os perplexos”, “não realizamos um ato de Tzedakah quando cumprimos nossos deveres para com os companheiros que nossa consciência moral nos impõe, por exemplo, quando curamos as feridas dos sofredores”.

Para entender a visão judaica de caridade, é útil reconhecer que esse comportamento está regulado por dois tipos de mandamentos do judaísmo. Primeiro, há os mandamentos que são do homem para Deus. Segundo, há os mandamentos que são do homem para com o homem. Restrições alimentares são restrições da categoria de homem para Deus. Esses são princípios morais. As regulamentações sobre transações comerciais apropriadas são exemplos de mandamentos do homem para com o homem. Esses são considerados princípios legais. A caridade pertence à primeira categoria de mandamentos, o que a torna um princípio moral em vez de um princípio legal.



GOVERNO LIMITADO

O quinto axioma da teoria econômica judaica que postulamos é o da ineficiência do governo e dos perigos da concentração de poder. A Torá repetidamente nos adverte sobre a natureza má do governo e da burocracia. A principal advertência está enumerada no primeiro livro de Samuel, quando os Israelitas pedem um rei: “Este é o direito do rei que reinará sobre vós: Ele convocará os vossos filhos e os encarregará de sues carros de guerra e seus cavalos e os fará correr à frente do seu carro; e os nomeará chefes de mil e chefes de cinqüenta, e os fará lavrar a terra dele e ceifar sua seara, fabricar as suas armas de guerra e as peças de seus carros. Ele tomará as vossas filhas para perfumistas, cozinheiras e padeiras. Tomará os vossos campos, as vossas vinhas, os vossos melhores olivais, e os dará a seus oficiais. Das vossas culturas e das vossas vinhas ele cobrará o dízimo, que destinará aos seus eunucos e aos seus oficiais. Os melhores dentre os vossos servos e as vossas servas, os vossos bois e os vossos jumentos, ele os tomará para o seu serviço. Exigirá o dízimo dos vossos rebanhos, e vós mesmos vos tornareis seus escravos. Então, naquele dia, reclamareis contra o rei que vós mesmos tiverdes escolhido, mas Deus não vos responderá, naquele dia!” (1 Sam. 8,11-18). O rabino Sacks comparou essas palavras à advertência de Friedrich August von Hayek (1899-1992) na obra “O caminho da servidão” (1944). Dito de forma simples, quando os governos exercem um papel importante na alocação de recursos na sociedade e/ou traçam planos detalhados para as obras de uma economia, nos arriscamos a experimentar níveis cada vez mais altos de opressão para alcançar os objetivos desses planos.



Tradução de Márcia Xavier de Brito
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